ANÁLISE

A aguardada estreia de Nikoderiko: The Magical World marca mais uma colaboração entre a editora Knights Peak e o estúdio de desenvolvimento VEA Games, disponível para Nintendo Switch, PlayStation 5 e Xbox Series S/X. Os jogadores de PC terão que aguardar o lançamento prometido pela desenvolvedora em 2025. O jogo, que inclui todos os textos em português do Brasil, traz uma experiência familiar e nostálgica, misturando aventura, exploração e uma trilha sonora memorável que homenageia o gênero.

O game apresenta uma narrativa simples, em que os protagonistas Niko e Luna, dois mangustos destemidos, partem em busca de recuperar um tesouro/relíquia roubada pelo vilão Grimbald, da Cobring Gem Company. A história, apesar de básica, permite que o jogador se concentre nas mecânicas e no visual encantador do jogo, adequando-se a um público de todas as idades. A simplicidade da trama, que introduz o jogador no mundo sem grandes profundidades, pode ser uma escolha que divide opiniões: enquanto os diálogos com humor leve e os personagens carismáticos conquistam os fãs de uma experiência mais descomplicada, os jogadores que buscam histórias mais ricas e envolventes podem sentir falta de um enredo mais profundo. No entanto, essa abordagem homenageia clássicos do gênero de plataforma, onde o foco é a aventura e a diversão.

Visualmente, Nikoderiko aposta em um estilo colorido e vibrante, que evoca os jogos clássicos da era do Super Nintendo, como Donkey Kong Country, com toques de nostalgia e referências para quem cresceu com esses títulos. O jogo é ambientado em uma perspectiva 2.5D na maior parte do tempo, mas alterna para uma visão 3D por trás dos personagens em determinados momentos, oferecendo uma variedade que enriquece a experiência e mantém o jogo visualmente interessante. Esses detalhes, especialmente em cenários coloridos e cuidadosamente trabalhados, destacam a qualidade gráfica e o carinho colocado no design dos níveis.

A trilha sonora, composta pelo lendário David Wise, conhecido por suas contribuições para jogos como Donkey Kong Country e Battletoads, dá vida ao mundo mágico de Nikoderiko e eleva a experiência com suas melodias cativantes e envolventes. Wise traz sua expertise em criar trilhas que se integram perfeitamente ao ambiente, transportando o jogador de volta à era dourada dos jogos de plataforma. Cada fase possui efeitos sonoros próprios que intensificam a imersão, como os sons de coleta de estrelas e vagalumes, que remetem aos clássicos sons das bananas em Donkey Kong. A experiência de som é complementada por fases bônus e desafios de coleta de itens que adicionam um grau de complexidade para quem busca completar o jogo ao máximo.

A jogabilidade é fluida e bem adaptada, com a combinação de pular, correr e realizar um “dash” que também serve como ataque rasteiro, um toque que adiciona profundidade estratégica ao combate contra diferentes tipos de inimigos. Em alguns casos, o dash é essencial para derrotar inimigos protegidos, enquanto outros podem ser derrotados apenas com o tradicional pulo. A exploração é incrementada com fases bônus secretas que aparecem ao longo do jogo, divididas em dois tipos: uma em que o jogador precisa coletar todas as estrelas dentro do tempo limite, e outra onde é necessário derrotar todos os inimigos do cenário. Esses bônus adicionam um bom desafio e recompensa para os jogadores mais curiosos e completistas.

Outro elemento de coletáveis importantes são as letras que formam a palavra "Niko" em cada fase. Encontrar todas as letras exige atenção e explorá-las completamente, e completar a palavra recompensa o jogador com desbloqueios extras, aumentando a longevidade e o fator replay do jogo.

Outro ponto forte é o modo cooperativo local, onde dois jogadores podem controlar Niko e Luna, tornando a experiência ainda mais divertida e interativa. No entanto, esse modo apresenta um pequeno problema de câmera: caso um jogador avance mais rápido que o outro, o personagem que ficou para trás desaparece da tela e precisa correr para se ajustar. Uma solução inspirada em Mario (com o personagem "atrasado" preso em uma bolha) ou em Rayman (com o ajuste de zoom) teria sido uma melhoria bem-vinda.

Nikoderiko oferece sete mundos únicos para explorar, cada um com seu próprio tema e desafios, como o Mar Seco, o País da Neve, e a Floresta Mágica. Esses cenários trazem áreas secretas, itens colecionáveis e caminhos alternativos que incentivam a exploração. O jogo ainda introduz uma mecânica divertida de montarias, onde o jogador pode convocar amigos animais para ajudar na jornada. Com personagens como Boaris, o javali, e Todd, o sapo, o jogador é incentivado a experimentar novas estratégias de movimentação e combate, adicionando ainda mais variedade ao gameplay.

Para completar o jogo de maneira casual, estima-se uma duração de cerca de 7 horas. No entanto, para os jogadores que desejam "platinar" o jogo, existe uma boa variedade de troféus desafiadores, aumentando o fator de replay e incentivando a repetição para explorar áreas escondidas, coletar todas as letras da palavra "Niko", e alcançar os bônus. Esses desafios e conquistas contribuem para uma experiência completa e satisfatória, especialmente para os jogadores dedicados.

Nikoderiko: The Magical World oferece uma aventura envolvente e nostálgica, combinando o charme dos clássicos com uma apresentação visual encantadora e uma trilha sonora de alta qualidade.

A experiência é cativante, embora a simplicidade da história e pequenos problemas técnicos possam ser ligeiros contratempos. Para os fãs do gênero de plataforma e para quem busca uma aventura leve e bem executada.
Nota 8.5/ 10
Nikoderiko: The Magical World merece destaque, refletindo sua execução competente e sua capacidade de capturar a essência dos clássicos.

Lançado para Nintendo Switch, PlayStation 5 e Xbox Series S/X, o jogo é acessível a uma vasta audiência e proporciona uma experiência divertida para jogadores de todas as idades, especialmente em modo cooperativo.